Portanto seres pensantes questionam e muito! Como os nossos irmãos de Beréia. Seria isso apavorante? Não, nem um pouco. Penso...logo existo! Para Descartes pensar é sinal de existência, no evangelho de hoje, quem pensa não consegue subsistir. "Penso, logo existo" (Descartes) "Não pense, faça o que eu digo" (Alto Clero Evangélico)

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

O Evangelho é Jesus Cristo (2)

O que é o Evangelho?
Talvez você se pergunte: Mas o que estamos pregando, então, nestes anos todos, não é o Evangelho? Não somos conhecidos como Evangélicos por causa de nosso compromisso com o Evangelho?

Infelizmente, a Igreja dos séculos XX e XXI não tem pregado o Evangelho, salvo raras e honrosas exceções!

Escrevendo aos Romanos, São Paulo afirma que “o Evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Romanos 1:16). E se é o poder de Deus, esse poder está encarnado em Jesus Cristo, “o Caminho, a Verdade e a Vida”(Jo 14:6), o “nome sobre todo nome pelo qual importa que sejamos salvos”(At 4:12). Quando se fala dos “evangelhos” (de Mateus, de Marcos, de Lucas e de João), fala-se de narrativas que contam a História de Jesus Cristo, seu nascimento, vida, ensinos, obra, paixão, morte, ressurreição e ascensão. Portanto, quando se fala de Evangelho, fala-se de Cristo, pois ELE É O EVANGELHO. Pregar o Evangelho é simplesmente pregar a Cristo.

Mas o que tem sido pregado de nossos púlpitos, escolas dominicais, periódicos, programas de rádio ou TV?

(a)    PREGA-SE DOUTRINA
Doutrina é importante. Ela garante que aquilo que ensinamos está de acordo com o que recebemos. Ela foi discutida, elaborada e ensinada pela Igreja através dos séculos. Alguém, entretanto, pode ser absolutamente ortodoxo em matéria de doutrina e ainda assim se perder eternamente, se sua fé for embasada na doutrina, e não em Cristo. Não foi nenhuma doutrina que morreu na Cruz pelos nossos pecados, mas Jesus Cristo.

(b)   PREGA-SE AUTO-AJUDA
Ana Lúcia Pelegrino, psicóloga, disse que as pessoas ,nos dias atuais, vivem presas à depressão devido aos dramas de seu passado, ou à ansiedade pelo seu futuro. Então, em muitos lugares, os púlpitos tornam-se lugares de onde emanam mensagens que as pessoas querem escutar,não a que necessitam, baseadas em PNL (programação neurolinguística), como se tudo na vida fosse resolvido com “passos” , “como fazer para”, “dicas”. Com isso, o hedonismo, o humanismo, o psicologismo, o egocentrismo dominam pregações, cânticos, estudos etc. Cristo passa a ser um despenseiro de graças, que atende aos nossos reclamos, transformando a fé em objeto do mercado, ou seja, a mercantilização da fé faz com que as pessoas participem das reuniões da Igreja não para adorar, para serem edificadas e serem salvas por Cristo, mas por entretenimento ou na tentativa de solução de seus mais variados problemas.

(c) PREGA-SE O INSTITUCIONALISMO
O orgulho denominacionalista tem feito surgir verdadeiros monumentos cristãos, verdadeiros ídolos que tomam o lugar de Jesus Cristo. Por vezes, as placas de alguns templos anunciam as ênfases daquela denominação ou apresentam fotos ou nomes dos seus líderes, pastores, bispos, apóstolos da pós-modernidade. E Cristo?

(d) PREGA-SE O SECUNDÁRIO
Alguns debatem fervorosamente as formas de governo eclesiástico (episcopal, presbiteriano ou congrecional), os modos de batizar (imersão ou aspersão) ou a quem o batismo é ministrado (a crianças ou apenas a adultos), o modo de ministrar a ceia do Senhor ( as pessoas vem até a frente ou ficam esperando ser servidas? O pão deve ser ázimo ou não? Deve-se usar vinho ou suco de uva?), se só se deve orar ajoelhado ou em qualquer posição corporal, se as mulheres devem ou não usar véu no culto, se a igreja é arminiana ou calvinista...

Uma vez, um grande amigo pastor, logo que me conheceu, perguntou-me se eu era supra ou infralapsariano. Respondi: Meu irmão, sou de Jesus! Doutra feita perguntaram a um grande bispo metodista, já falecido: Onde está escrito na Bíblia que podemos ou devemos batizar crianças? E o sábio bispo respondeu: Está embaixo daquele versículo que manda orar com os olhos fechados e acima daquele que manda tomar a Ceia em um copinho de plástico!

PRECISAMOS PREGAR JESUS CRISTO! AS PESSOAS PRECISAM DE JESUS CRISTO! PRECISAMOS PREGAR JESUS CRISTO PORQUE PRECISAMOS PREGAR O EVANGELHO E O EVANGELHO É JESUS CRISTO! Hebreus 1:1-3 nos diz que Deus falava antigamente de várias maneiras através dos profetas, mas agora Ele nos fala através do seu Filho, que é a  exata expressão de seu ser. O mundo está carente de Deus, ofereçamo-lo através de Jesus Cristo! O mundo precisa de salvação: Jesus é o Salvador!
Quando lemos a pregação de Pedro em Atos 2, depois da vinda do Espírito Santo no dia de Pentecostes, ele pregou Cristo aos seus ouvintes. E o resultado? Quase 3000 pessoas se converteram e foram batizadas. E em Atos 3, após a cura do coxo na porta do Templo? Pregou-se apenas a Cristo! E a defesa de Estevão, em Atos 7, não foi na verdade a defesa de Cristo? E Felipe, no capítulo 8 de Atos, falou de quem ao Eunuco? Falou apenas de Cristo! E o que Ananias pregou a Saulo, em Atos 9? Cristo de novo! E em Atos 10, o que Pedro pregou a Cornélio e aos seus? Cristo, e somente Cristo, nada mais do Cristo! E Paulo no Areópago, em Atenas, no capítulo 17 de Atos? Pregou o Deus desconhecido dos gregos, Jesus Cristo! E ao carcereiro de FIlipos, em Atos 16, o que Paulo pregou? Só Jesus e nada mais.

Por que então, caro leitor, insistimos em pregar outra coisa, se não e tão somente a Jesus?

Certa vez, eu disse em uma reunião, que todos os cultos da Igreja, todas as suas reuniões, deveriam ser cultos evangelísticos, pois todas as pregações devem focar apenas Cristo. Será?

Se vamos falar de oração, temos que falar de Jesus que nos ensinou a orar; se vamos falar de compaixão, temos que falar daquele que se compadeceu dos enfermos e famintos; se vamos falar de impostos, temos que falar naquele que disse que devemos dar a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus; se vamos falar de santidade, temos que falar daquele que viveu sem pecado e que venceu a tentação; se vamos falar da Bíblia, temos que falar daquele que nos mandou examinar as Escrituras; se vamos falar de amizade, lembremos que Jesus sabia que seu amigo Lázaro ia ressuscitar, mas ainda assim chorou pelo seu amigo; se vamos falar...não importa o assunto, devemos sempre falar de Cristo, Cristo, Cristo e somente de Cristo.

Hoje, o que temos visto? Muitos programas, muitos eventos, muito entretenimento, muitas atividades e...POUCAS CONVERSÕES GENUÍNAS! As pessoas são contabilizadas na porta de entrada dos templos e saem feridas, magoadas, doentes pela porta dos fundos, sem conhecerem realmente a Jesus Cristo. Lembremo-nos, de novo, de Leonard Ravenhill: “Eu não oro pelos mortos, eu prego para eles!” e de E. Stanley Jones, que disse que 2/3 dos membros das igrejas precisam de conversão.

É urgente, portanto, que Cristo seja o centro, o cerne, o único assunto da Igreja. Se a Igreja redescobrir esse tesouro perdido, de que o Evangelho é JESUS, seu crescimento será grande e natural. Todavia, se colocarmos qualquer homem, doutrina, denominacionalismo ou qualquer outra coisa no lugar de Jesus, no centro da pregação da Igreja, nada vai acontecer, pois Deus não divide a sua glória com ninguém! (Is 42:8).

(final)

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