Portanto seres pensantes questionam e muito! Como os nossos irmãos de Beréia. Seria isso apavorante? Não, nem um pouco. Penso...logo existo! Para Descartes pensar é sinal de existência, no evangelho de hoje, quem pensa não consegue subsistir. "Penso, logo existo" (Descartes) "Não pense, faça o que eu digo" (Alto Clero Evangélico)

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

A IGREJA ESTÁ TÃO DOENTE QUANTO O MUNDO

O psicoterapeuta suíço e pastor da igreja reformada Paul Tournier, autor de vários livros (“Bíblia e Medicina”, “Da Solidão à Comunidade”, “Os Fortes e os Fracos”), dedicou o seu livro “Mitos e Neuroses” aos seus filhos Jean-Louis e Gabriel e à geração jovem de seu tempo, pedindo “perdão por lhe haver legado um mundo tão enfermo”.
Duas observações são necessárias. O mundo não estava doente só na época em que Tournier escreveu o livro (1947). O mundo sempre esteve enfermo. Basta ler os muitos volumes da história da humanidade. A outra observação é: para tratar de um mundo doente, nada melhor do que uma Igreja saudável. Acontece, porém, que a Igreja está tão doente quanto o mundo, embora em seu seio haja várias e bem-aventuradas ilhas de resistência. Em vez de ser a luz do mundo e o sal da terra, a Igreja deixou-se contagiar com o mundo.
Não é novidade. Muito se tem escrito a respeito da influência do mundo sobre a igreja, transformando-a numa verdadeira empresa. Nenhuma empresa sobrevive sem produtos, lojas (pontos de venda), vendas, vendedores, lucros, propaganda, concorrência. De tudo isso certos setores modernos da igreja têm lançado mão com reconhecido sucesso. Por exemplo, os pontos de venda seriam as igrejas abertas o dia inteiro e os produtos seriam não as boas novas da salvação, mas as boas novas da cura e da prosperidade material (sucesso profissional, posição social elevada, bens de consumo de alto valor e em grande quantidade).
Poucas empresas fariam um marketing tão bem sucedido quanto o das igrejas neopentecostais. Elas não economizam dinheiro na propaganda da marca (nome da denominação) e de seus fundadores e dirigentes supremos. Elas compram os mais longos horários da televisão, publicam jornais, revistas em grandes tiragens. Dentro de uma destas revistas sempre há um DVD com mensagens do fundador, cuja foto e cujo nome aparecem em todos os números e em grande quantidade.
Os muitos lançamentos de livros, nas principais cidades brasileiras e de outros países, do líder de outro grupo neo pentecostal foram feitos com enormes estardalhaços, com filas de leitores que queriam o seu autógrafo ou da pessoa que o representava. O testemunho de cura ou de bênção que essas revistas publicam dificilmente é atribuído a Deus ou a Jesus. Os agraciados mencionam o nome do líder, o nome do programa de televisão que eles fazem ou o nome da denominação neo pentecostal. Nenhum deles repele a homenagem indevida, como Paulo e Barnabé fizeram em Listra (At 14.11-18). Estes homens talvez nunca tenham lido a repreensão do anjo a João na ilha de Patmos: “Não faça isso [curvar-se aos meus pés]! Sou servo como você e seus irmãos, os profetas, e como os que guardam as palavras deste livro. Adore a Deus!” (Ap 22.9). No dia em que eles se diminuírem, certamente os impérios eclesiásticos que eles fundaram cairão por terra.
Outra evidência do estilo empresarial é a concorrência que existe entre as denominações neopentecostais. Aliás, essa chaga afeta também outras denominações pentecostais e históricas e a própria Igreja Católica, mesmo que elas estejam distantes da ideia de mercado. Nesse caso, a concorrência seria uma espécie de defesa contra os neopentecostais. Há uma corrida entre cantores gospel protestantes e cantores gospel católicos, entre megaeventos protestantes e megaeventos católicos, entre mega templos protestantes e mega templos católicos. Segundo reportagem de “Veja BH” de julho de 2012, “a construção da Catedral Cristo Rei não deixa de ser uma das respostas ao avanço dos evangélicos”, já que o número de católicos da diocese de Belo Horizonte tem caído e o de evangélicos tem subido. A nova catedral “terá capacidade quatro vezes maior que a do imenso templo erguido pela Igreja Universal do Reino de Deus”. Em linguagem clara, isso significa competição religiosa, algo totalmente estranho ao espírito evangélico.
A tentação da concorrência, inclusive da parte da Igreja Católica, é tal que alguns teólogos católicos começam a se pronunciar. Luiz Carlos Susin, ex-presidente da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Teologia e Ciências da Religião e professor da PUC-RS, diz que “a melhor coisa é a gente caminhar um ao lado do outro, sem fazer guerra de ciúmes porque uma comunidade cresceu e a nossa ficou menor”. Outro teólogo, Agenor Brighenti, especialista em teologia pastoral e presidente do Instituto Nacional de Pastoral (INP) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), é mais explícito: “Um dos riscos da Igreja é de simplesmente entrar na disputa do mercado e usar meios de evangelização que não sejam tão evangélicos no contexto de hoje. Cabe à Igreja não apostar tanto em massa, tanto em número, tanto em marketing, visibilidade e prestígio, mas é preciso que sinalize e testemunhe uma vivência do reino de Deus na simplicidade”. Mesmo tendo perdido considerável espaço para os evangélicos na última década, Susin explica que o grande evento da Jornada Mundial da Juventude, realizado no Rio de Janeiro em julho, “não deve ser lido como uma tentativa da Igreja de recuperar território e rivalizar com outras denominações” (“Cidade Nova”, julho de 2013, p. 23).
A falta de simplicidade é outra marca que caracteriza a igreja doente. A entrevista que um líder pentecostal (não neo pentecostal) concedeu a “Veja” em junho de 2012 o nivelou com empresários ricos que têm carro importado e blindado, avião, imóveis aqui e no exterior. Dois leitores da matéria de capa de “Veja BH”  de junho de 2013 também ficaram incomodados com a falta de simplicidade da cantora cuja foto aparece na capa. Um deles escreveu: “A ostentação de adereços e o excesso de maquiagem não remetem a Deus”.
O mesmo poderia ser dito da milenar pomposidade do Vaticano, à qual o atual papa parece contrário. A doença da vaidade de aparência, de títulos e de poder tem tomado conta de muitos líderes evangélicos das três correntes: histórica, pentecostal e neopentecostal. A seu tempo, Deus cobrará tudo isso e o preço será alto demais, pois o livro de Provérbios coloca isso em pratos limpos: “Primeiro vem o orgulho; depois, a queda – quanto maior é o ego, maior é o tombo” (PV 16.18).
A mercantilização da igreja, a concorrência e a ostentação estão de tal modo arraigadas que a esperança de cura é muito pequena. Uma das razões é que o povo já se acostumou com todos esses desvios e chega a tirar proveito deles, além de bater palmas para os seus responsáveis. Neste sentido, aquele cartaz contra a corrupção do país que dizia “Afasta de mim este cale-se” foi muito oportuno. O “quem cala consente” de Artur Azevedo é uma verdade muito séria. Se mais pessoas abrissem a boca para, com isenção de ânimo e com humildade, lutar contra a profanação do evangelho, esses grupos não cresceriam tanto! Além do mais, o sucesso numérico e de bens é tão grande que outros grupos neopentecostais podem ser formados e denominações pentecostais e denominações históricas podem corromper-se, o que já vem acontecendo. A doença da teologia da prosperidade é contagiosa. “A falta de ética e o narcisismo religioso” — diz Ricardo Barbosa, autor de “A Espiritualidade, o Evangelho e a Igreja” — “é uma praga muito ampla”.
Quem abriu a boca outro dia foi Valdir Steuernagel, presidente da Aliança Cristã Evangélica Brasileira: “A assim chamada teologia da prosperidade tem materializado a bênção de Deus, nos tornando cristãos consumistas”. Essa busca de benefícios pessoais, completa Steuernagel, “acaba provocando um profundo desvirtuamento da fé cristã” (“Jornal Nosso Tempo”, dezembro de 2012, p. 12).
Outra voz, mais recente, é a do sociólogo em ciência da religião e padre católico Inácio José do Vale, de Volta Redonda, RJ: “O neo pentecostalismo é a suprema heresia do cristianismo pós-moderno e o seu fundamento é a exotérica teologia da prosperidade”. Em seguida, o padre diz: “A nossa era é refém dos grandes escândalos entre igrejas e dinheiro, evangelho e mercado, fé e heresias, seitas e denominações, pastores e mercenários, Bíblia e mercantilismo, ecumenismo e cismas, escatologia e fundamentalismo apocalíptico”. Inácio José cita vários autores protestantes, como o pastor Valdemar Figueiredo: “Já foi provado que a igreja eletrônica gera mais antipatia do que conversos; enche mais os bolsos do que as almas; constrói mais celebridades do que gente; reúne mais multidão do que rebanho”. O dramático artigo do padre Inácio José do Vale foi publicado em “O Lutador” (11 a 20 de julho de 2013, p. 15).
Para tratar de um mundo doente, nada melhor que uma Igreja sadia. Acontece, porém, que a Igreja está tão doente quanto o mundo. Todos nós temos a obrigação de orar:
“Ó Deus, coloca-nos em UTI. Trata de nós! Cuida de nós! Cura-nos!”

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Semíramis e a farsa do Natal


Muitos cristãos, inocentemente, aderem a práticas religiosas sem ao menos se atentarem que, na realidade, repetem alguns dos mesmos atos e 'rituais' de culturas pagãs passadas. A comemoração do Natal e o 'culto' à sua árvore são exemplos de como muitos conseguem ser iludidos pela religião.

Semíramis e a farsa do Natal e sua árvore

Para falar do NATAL, é preciso voltar ao tempo de NOÉ, após o dilúvio,



quando um de seus filhos, CAM, o viu dormindo embriagado e nu. Ele começou a rir de seu pai e correu para contar aos seus outros dois irmãos, SEM e JAFÉ.


Estes, ao contrário, foram de costas e cobriram a nudez do pai. NOÉ, quando soube do acontecido, amaldiçoou seu filho CAM, para que este e seus descendentes servissem a seus outros dois filhos. E toda a geração após ele se tornou maldita.


CAM casou-se com SEMÍRAMIS (esta é a mulher da nota de 1, 2, 5, 10, 20, 50 e 100 reais; a mulher da Estátua da Liberdade; a mulher da balança da justiça; da Columbia Pictures, etc.)


e ambos geraram um filho, NINRODE. Ele matou seu pai CAM e casou-se com sua mãe.


Foi o fundador da Babilônia, Nínive e outras cidades pagãs. Tentou levantar a torre de BABEL, e DEUS o impediu.


Seu tio SEM o matou, pois ele estava se opondo muito contra DEUS. SEMÍRAMIS, sua mãe e esposa, espalhou a mentira de que ele não havia morrido, e sim que havia ido para o céu, pois ele se dizia deus - o deus sol.


SEMÍRAMIS engravidou e dizia ser um presente dos deuses, que era a reencarnação de NINRODE; mas, na verdade, era fruto de uma traição, pois seu marido, e filho, já estava morto. E nasceu TAMUZ, no dia 25 de dezembro, deus sol dos egípcios, babilônicos, gregos, persas, romanos e, hoje, das S.S. (sociedades secretas).


Ele morreu durante uma caça, provavelmente por um animal selvagem, e seu corpo ficou caído sobre um tronco apodrecido de árvore. Sua mãe dizia que neste tronco nasceu um pinheiro, e todos os anos, no dia 25 de dezembro, era comum as pessoas levarem um pinheiro para dentro de casa e o enfeitarem com ouro e prata, como símbolo do renascimento de TAMUZ.

Jeremias 10

1 Ouçam o que o Senhor diz a vocês, ó comunidade de Israel!
2 Assim diz o Senhor:"Não aprendam as práticas das nações nem se assustem com os sinais no céu, embora as nações se assustem com eles.

3 Os costumes religiosos das nações são inúteis: corta-se uma árvore da floresta, um artesão a modela com seu formão;

4 enfeitam-na com prata e ouro, prendendo tudo com martelo e pregos para que não balance.

5 Como um espantalho numa plantação de pepinos, os ídolos são incapazes de falar e têm que ser transportados porque não conseguem andar. Não tenham medo deles, pois não podem fazer nem mal nem bem".

6 Não há absolutamente ninguém comparável a ti, ó Senhor; tu és grande, e grande é o poder do teu nome.



As sacerdotisas jejuaram e choraram por 40 dias e 40 noites a morte de TAMUZ ao pé do pinheiro e, no final desse período, elas agradeciam umas às outras fazendo trocas de presentes, os quais eram depositados aos pés desse pinheiro. Todos os anos, no dia 25 de dezembro, era comemorado o Natal (nascimento de Tamuz).



Quando os PERSAS dominaram essa região, eles levaram todas as idolatrias para a PERSIA, inclusive os deuses TAMUZ, NINRODE E SEMÍRAMIS, que apenas mudaram de nome. O domínio, em seguida, passou para os GREGOS, e estes fizeram a mesma coisa, mudando apenas os nomes; eles passaram a ser ZEUS, AFRODITE E EROS.


Em seguida, os EGÍPICIOS dominaram e mudaram os nomes também, passando a se chamar OSIRIS, ISIS E HORUS.


Já nos tempos de JESUS CRISTO, o domínio era ROMANO, e ROMA mudou também os nomes. Passaram a se chamar apenas VÊNUS E CUPIDO, caindo a figura do pai. E no Século IV, depois de CRISTO, o imperador CONSTANTINO, para agradar aos CRISTÃOS que eram em grande número em ROMA, decidiu oficializar o CRISTIANISMO como religião oficial de ROMA. E para agradar ainda mais a eles, pegou os nomes mais fortes dentro do CRISTIANISMO e passou a chamar os ídolos por nomes CRISTÃOS.


TAMUZ e SEMÍRAMIS passaram a se chamar MENINO JESUS e VIRGEM MARIA. Assim, o Natal continuou a ser comemorado como sendo o nascimento do menino JESUS, mas, na verdade, esse menino seria TAMUZ, o deus pagão.


Outro engano disfarçado são os obeliscos. Feitos de uma pedra em forma quadrangular e alongada, os monumentos, preferencialmente, eram colocados na área central de amplos espaços abertos e nos templos do deus sol, Rá. E, apesar de no antigo Egito obelisco significar ‘proteção’ ou ‘defesa’, saiba o que realmente representa.

Obelisco



Você está olhando para a mais famosa representação pública do ato sexual no 
mundo. 
Este obelisco, no meio da satânica Roda das Oito Etapas para a Iluminação, 
encontra-se na Praça de São Pedro, no Vaticano. 
Bastante interessante ver uma representação sexual no Vaticano, 
pois eles falam muito sobre sexualidade, uma prova de que o catolicismo 
romano é uma forma de satanismo muito profunda. 
Outra prova é a ‘cruz invertida’, usada pelo papa.

Concluímos que o Obelisco é um monumento feito para adorar deuses, 
simbolizando a bandeira de Lúcifer e o ato sexual.

** Conteúdo retirado da Internet. Imagens meramente ilustrativas.

Dons Espirituais


Coríntios... Sejam cuidadosos

Paulo relaciona o dom de "discernimento de espíritos" entre os nove dons espirituais sobre os quais escreveu em sua Primeira Epístola aos Coríntios. A partir dessa carta, percebemos que o apóstolo estava preocupado com as noticias que recebera de Corinto. Os membros da igreja, muitos deles convertidos mediante ao trabalho do próprio Paulo, tinham escrito uma carta pedindo seu conselho  sobre várias questões; a epístola contém suas respostas, bem como exortações contra certos comportamentos errados.
Paulo receava que a igreja se dividisse, seguindo personalidades humanas, em vez de a Pessoa de Cristo. Estava preocupado com a conduta dos coríntios quando se reuniam para lembrar a morte do Senhor e também com o entendimento deles sobre as coisas espirituais.
O desejo do apóstolo para com a recém organizada igreja de Corinto era que as pessoas mantivessem um compromisso forte com Cristo e evitassem as divisões. Ele se alegrava porque não havia carência de dons espirituais na comunidade, mas estava plenamente consciente da possibilidade de que houvesse engano espiritual. Tratava-se de um perigo muito real dentro da igreja, desde de que a maior parte de seus membros vinha de um ambiente de adoração de ídolos com todas as suas conotações demoníacas.
O apóstolo escreveu-lhes que antes da conversão, "deixáveis conduzir-vos aos ídolos mudos, segundo éreis guiados" (1 Co 12.2 ) e tinham de tomar cuidado para não caírem novamente sobre a mesma influencia. A preocupação de Paulo era que eles não fossem ignorantes quanto aos dons espirituais, mas tivessem um entendimento das maneiras pelas quais o Espírito Santo se manifesta por intermédio de cristãos individuais quando esses se reúnem em nome de Jesus.
Ele esperava que estivessem preparados e dispostos a serem usados pelo Espírito para abençoar e fortalecer uns aos outros, sempre que se reunissem como Corpo de Cristo. Paulo também os exortou a que fossem cautelosos e não confundissem a influência e a manifestação do Espirito Santo com as dos  espíritos malignos.

Conflito no final dos tempos

Esses ensinamentos de Paulo são tão fundamentais hoje quanto foram naqueles primórdios da Igreja. Ao nos aproximarmos do final dos tempos e do glorioso retorno de Jesus, há novamente uma grande "reunião" de uma poderosa colheita no Reino de Deus em todas as partes da Terra enquanto as boas novas do evangelho são proclamadas com demonstração do poder de Deus.
Ao mesmo tempo em que há esse avanço, há também uma intensificação da atividade demoníaca - uma renovação da oposição satânica ao mover do Espírito de Deus. Sempre que o Espírito Santo traz avivamento, o inimigo da Igreja busca imitar e tumultuar as manifestações da vida de Deus. Para alcançar esse propósito, ele provoca atividades demoníacas, carnais e insensatas no meio do povo de Deus. Para alcançar esse propósito, ele provoca atividades demoníacas , carnais e insensatas no  meio do povo de Deus, buscando desacreditar e marginalizar aqueles que desejam acessar o mundo sobrenatural no poder do Espirito Santo. Quando temos experiências sobrenaturais e consciência do numero crescente de manifestações espirituais  nas igrejas, precisamos do conhecimento dos princípios do Reino de Deus estabelecidos em nossos corações, juntamente com a direção e o discernimento do Espirito Santo.

Dons Espirituais


Paulo escreveu sobre nove manifestações do Espirito Santo(dons espirituais) a fim de corrigir qualquer ignorância por parte dos cristãos coríntios em relação às experiências espirituais. Ele enfatizou que há um só Espirito Santo que escolhe operar de formas variadas, e que jamais deveria haver qualquer atitude de competição entre os irmãos quando os dons fossem empregados, nem qualquer contradição de verdade estabelecida na Palavra de Deus. "Ora, os dons são diversos , mas o Espirito é o mesmo. E também há diversidade de serviços, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade nas realizações, mas o mesmo Deus é quem opera tudo em todos." (CO 12.4-6)

Três grupos de três

Os nove dons podem ser divididos em três grupos, cada qual composto de três dons. Existem dons vocais, ou seja, os pronunciamentos inspirados pelo Espirito Santo: falar em línguas, interpretar as línguas e profecia; os dons de poder, ou seja, demonstrações do poder do Espirito Santo: dons de cura, operação de milagres e dom de fé; os dons de revelação, onde conhecimento é compartilhado pelo Espirito Santo: palavra de conhecimento, palavra de sabedoria e discernimento de espíritos.
O que os nove dons tem em comum é que eles são completamente sobrenaturais  e não tem origem na razão ou na habilidade humana. São uma manifestação, um lampejo exterior, do Espirito Santo que habita no interior do cristão. Os dons de revelação -palavra de conhecimento, palavra de sabedoria e discernimento de espíritos - são todos métodos de comunicação que o Espirito Santo emprega para revelar certos fatos ao cristão.
O dom de discernimento de espíritos é a forma do Espirito Santo  revelar a um individuo a conscientização da presença, atividade ou efeito de uma entidade espiritual(ou entidades).
O termo grego traduzido como "discernimento" é diakrisis, que literalmente significa "julgamento completo'. Transmite a ideia de receber informação clara sobre algo - uma investigação completa que não deixa nenhuma duvida.

Nada é oculto do Espirito de Deus

O Espirito de Deus conhece todas as coisas, e nada fica  oculto ao seu entendimento.
a Bíblia apresenta essa verdade de varias formas. João na ilha de Patmos, teve uma revelação de Jesus ressuscitado e glorificado no centro do trono de Deus no céu: "Então, vi...um Cordeiro como tendo sido morto. Ele tinha sete chifres, bem como sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados por toda a terra"( Ap 5.6).
Esta descrição evoca a descrição do profeta Zacarias no Antigo Testamento; "Aqueles sete olhos são os olhos do Senhor, que percorrem toda a terra"( Zc4.10). Não há nenhum lugar oculto onde Deus não saiba o que esta ocorrendo. O uso do numero 7 nessas passagens traz a ideia da perfeição divina; os sete chifres  dão a ideia da onipotência de Deus, e os 7 olhos da onisciência. O rei Davi expressou assim essa verdade; "Para onde me ausentarei do teu Espirito? Para onde fugirei da tua face? Se subo aos céus, lá estas; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estas também; se tomo as asas as alvorada e me detenho nos confins dos mares, ainda lá me haverá de guiar a tua mão, e a tua destra me susterá. Se eu digo: as trevas com efeito, me encobrirão, e a luz ao redor de mim  se fará noite , até as próprias trevas não te serão escuras; as trevas e a luz são a mesma coisa"(Sl 139.7-12).
Nenhuma atividade de anjos ou demônios fica oculta de Deus, e o Espirito Santo é capaz de compartilhar esse conhecimento com qualquer cristão à escolha. Ele é responsável pelos dons que qualquer membro individual do Corpo de Cristo pode receber: O mesmo Espirito realiza todas estas coisas, distribuindo-as. como lhe apraz, a cada um, individualmente"( 1Co 12.11). No entanto, somos encorajados a buscar os dons e a "procura-los com zelo"(1 CO 12.31;14.1).
O dom de discernimento será concedido segundo o propósito do espirito Santo. Ele fara isso quando houver necessidade e quando houver abertura e desejo ardente pelo seu exercício. Quando os cristãos entram em batalha espiritual e começam a exercer autoridade sobre os espíritos malignos em o nome de Jesus, o dom entrará em operação com maior regularidade e maior entendimento.
Quando um cristão tem o dom de discernimento de espíritos, não quer dizer que constantemente terá os segredos  do mundo espiritual revelados diante dele. Cada ato de discernimento é uma revelação separada. Não podemos decidir quando o dom será exercido, pois se trata de uma prerrogativa do Espirito Santo. No entanto, podemos estar sempre preparados e abertos par sua operação.

Não é bom ver demônio o tempo todo

Viver com uma consciência constante de toda a atividade e presença demoníaca seria uma pressão grande demais para qualquer cristão. A vida seria insuportável. Há pessoas que afirmam estar continuamente conscientes das ações demoníacas.
Entretanto, a fonte de suas revelações provavelmente é demoníaca, e não decorrente de iluminação do Espirito Santo; elas precisam de libertação.
Tenho certeza de que Deus não quer que seus filhos vivam sob tal pressão. O dom que ele nos deu por meio da habitação do espirito Santo é um discernimento que vem quando é necessário.
Creio que muitas pessoas envolvidas com ocultismo estão sujeitas a essa pressão espiritual e consciência - embora muitas vezes busquem usar esses elementos em beneficio próprio.
   
    Jesus salva, cura e liberta! Procure ter um verdadeiro encontro com Deus!

 

terça-feira, 2 de julho de 2013

A controvertida prática do jejum


Por Hermes C. Fernandes

A palavra chave do cristianismo é “comunhão” (grego: koinonia). O pecado causou uma ruptura entre o Criador e a criatura. Mas o amor divino exigiu que esta comunhão fosse reatada, sem que a Sua justiça fosse abrandada. Através do sacrifício de Jesus, o pecado humano foi devidamente castigado, e o acesso do homem a Deus foi finalmente restaurado, possibilitando assim a comunhão entre eles. Esta comunhão, porém, deve ser vertical e horizontal.

A propósito, o que é comunhão? O termo grego koinonia significa “compartilhar o que se tem”. Deus Se dispõe a compartilhar o que possui com o homem, inclusive a Sua própria Vida, e deseja que o homem compartilhe tudo o que possui com o seu próximo. “O que vimos e ouvimos” escreve João, “isso vos anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco. E a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo (...) se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros” (1 Jo.1:3,7).

Eis a diferença entre as religiões humanas, e a proposta do cristianismo original. Enquanto a palavra chave do cristianismo é comunhão, a palavra chave das religiões é privação.  Desde o hinduísmo  o islamismo, o budismo, até o catolicismo, atribui-se valor especial à privação espontânea de bens materiais. Faz-se voto de pobreza, pratica-se abstinência de alimentos, e ainda por cima, em alguns casos, estimula-se o autoflagelo, como se o sofrimento auto-impingido tivesse algum valor expiatório.  À luz das Escrituras Sagradas, não há qualquer valor intrínseco na abstinência do que quer que seja. Deixar de comer, de possuir bens no mundo, de casar, ou coisa parecida, não acrescenta nada em nossa comunhão com Deus. Aliás, o Apóstolo Paulo chama isso de “doutrinas de demônios”. Paulo denuncia tal prática, atribuindo sua inspiração a espíritos enganadores, que se aproveitam da “hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência; proibindo o casamento, e ordenando a abstinência dos alimentos que Deus criou para os fiéis, e para os que conhecem a verdade, a fim de usarem deles com ações de graças; pois tudo que Deus criou é bom, e não há nada que rejeitar, sendo recebido com ações de graças”(1 Tm.4:2-4).

Enquanto a religião valoriza o ascetismo, a privação, o cristianismo valoriza a partilha, a comunhão. A virtude não está em privar-se de um bem, e sim o abrir mão de parte dele em favor do próximo. Tomemos por exemplo o jejum. A maioria das religiões do mundo o adota como parte dos seus ritos. Para uns, trata-se de um método que tem como finalidade promover o sacrifício dos apetites carnais, enfraquecendo assim a natureza pecaminosa residente no ser humano. Para outros, como os judeus, a prática do jejum está relacionada ao luto. Além desses conceitos clássicos, há também uma ideia que predomina nos círculos evangélicos de hoje. Pra muitos cristãos sinceros, o jejum não passaria de um meio de chamar a atenção de Deus para as suas necessidades, sensibilizando-O e pressionando-O a satisfazê-las. 

Não queremos aqui questionar a prática do jejum em si, e sim as motivações pelas quais muitos o têm praticado. Veremos um pouco adiante, que há boas motivações pelas quais o crente pode jejuar. Infelizmente, transformaram o jejum em moeda corrente no Reino de Deus. Se alguém deseja alcançar alguma dádiva, basta ficar algumas horas sem comer, e Deus será obrigado a atendê-lo. Isso é um absurdo!   Isso não é jejum, e sim, greve de fome! Somando a isso o fato das pessoas reivindicarem seus direitos perante Deus, parece-nos que estão mantendo uma espécie de relação sindical com o Criador. Desta maneira, Ele passa a ser visto como patrão em vez de Pai, e nós, como empregados sindicalizados em vez de filhos.

A questão que desejamos levantar é: De que adianta jejuarmos, ou praticarmos qualquer outro rito religioso, se não atentarmos para as necessidades e os direitos dos nossos semelhantes? O jejum que Deus prescreve é “que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo, e que deixes livres os quebrantados, e despedaces todo jugo”, e mais: “que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desterrados”, e ainda: “vendo o nu, o cubras, e não te escondas do teu próximo” (Is.58:6-7). É este o jejum que temos praticado? À luz deste texto, aquilo que os crentes têm praticado hoje em dia não tem nada a ver com o jejum prescrito por Deus em Sua Palavra.

O que Deus espera não é que a pessoa se prive de alimento por algumas horas, sabendo que o mesmo alimento está guardado na geladeira ou na dispensa para ser consumido depois do tempo predeterminado. Em vez de privar-nos por algumas horas (geralmente, da hora em que acordamos ao meio-dia) do nosso pão, que tal se o repartíssemos com o que nada tem para comer?  Não estaríamos nos privando de todo o pão por um pouco de tempo, e sim, de parte dele para sempre em favor de quem está faminto.

Quando Cristo vier julgar o mundo, Ele vai perguntar o que fizemos com o nosso pão. Ele quer saber se o guardamos para consumi-lo um pouco mais tarde, ou se o repartimos com o faminto. “Tive fome, e não me deste o que comer” dirá Jesus.“Apartai-vos de mim!” será a sentença (Mt.25:41-42). 

O melhor jejum é o da partilha, e não o da privação momentânea por interesses particulares. Quando nos propomos a partilhar o pão, não somente o material, mas, sobretudo o espiritual, que é o Evangelho, a sua luz começa a romper e a dissipar as trevas. Confira se não é esta a promessa contida em Isaías 58:

"Então romperá a tua luz como a alva, e a tua cura apressadamente brotará, e a tua justiça irá adiante da tua face, e a glória do Senhor será a tua retaguarda. Então clamarás, e o Senhor te responderá: gritarás, e ele dirá: Eis-me aqui. Se tirares do meio de ti o jugo, o estender do dedo, e o falar iniquamente, e se abrires a tua alma ao faminto, e fartares a alma aflita, então a tua luz nascerá nas trevas, e a tua escuridão será como o meio-dia”. Isaías 58:8-10.
 O alvorecer do Dia do Senhor está chegando!  Deus está despertando o Seu povo em todo o mundo para a prática da verdadeira religião (Tg.1:27) e do jejum da partilha! Nossa luz vai se romper, e a nova aurora vai surgir, quando tirarmos do meio de nós o jugo, o estender do dedo, e o falar iniquamente. Creio que o jugo que precisa ser tirado do meio de nós é o jugo dos homens, das tradições legalistas, das doutrinas e preceitos humanos. Onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade (2 Co.3:17)!  Ninguém aguenta mais tanto jugo!  “Não pode isto, não pode aquilo outro...” Paulo nos aconselha a termos cuidado, para que ninguém nos faça presa sua, usando de sutilezas, de acordo com a tradição dos homens. Se estamos mortos com Cristo, arrazoa Paulo, então, por que temos de nos sujeitar a ordenanças do tipo: não toques, não proves, não manuseies? De acordo com o apóstolo, tais regras até possuem a aparência de sabedoria, de culto voluntário, mas não passa de humildade fingida, e “não tem valor algum contra a satisfação da carne” (Col.2:8,20-23).

Além de nos livrarmos de todo jugo, precisamos abrir nossa alma ao faminto.Enquanto o mundo ao redor está faminto do Pão da Vida, nós o temos armazenado em grande quantidade. Isso é a maior prova de nosso egoísmo. Os crentes precisam aprender a compartilhar do Pão da Vida com aqueles que nada têm.

Jesus só multiplicou os pães quando alguém se prontificou a compartilhar o seu próprio pão. Se ninguém se dispusesse a partilhar seu pão, o milagre da multiplicação não aconteceria. Afinal, zero vezes zero é zero. Talvez isso explique a escassez de revelação da Palavra de Deus que predomina nos círculos cristãos de hoje em dia. O conhecimento só se multiplica, quando nos dispomos a compartilhá-lo com os que estão famintos da Palavra de Deus. Aí, sim, a revelação flui. É sobre isso que o livro de Daniel fala em seu último capítulo. Ali se diz que “os que forem sábios RESPLANDECERÃO como o fulgor do firmamento, e os que a muitos ENSINAM a justiça refulgirão como as estrelas sempre e eternamente (...) Muitos CORRERÃO de uma parte para outra, e o CONHECIMENTO SE MULTIPLICARÁ” (Dn.12:3,4b). Repare bem na ordem: A Igreja vai trazer o resplendor do Novo Dia, quando ela se dispuser a ENSINAR a justiça. E Deus tem pressa! Cabe a Igreja correr de uma parte para outra, a fim de que o conhecimento se multiplique. Eis o segredo: O que recebemos do Senhor será multiplicado na medida em que o compartilharmos com o maior número de pessoas.

Vai ser dessa maneira que vai se cumprir a profecia de Habacuque que diz: “Pois a terra se encherá do conhecimento da glória do Senhor, como as águas cobrem o mar”(2:14). Mas para que isso aconteça, a ordem de Deus a Habacuque era que a visão fosse escrita de forma bem legível, para que aquele que a lesse, corresse com ela (v.2). Não há tempo a perder!  Nosso pão precisa ser partilhado com quem está faminto. Precisamos correr! Pregar a tempo e fora de tempo (2 Tm.4:2). Vale aqui a famosa frase do sociólogo Betinho: Quem tem fome tem pressa.

Quando Neemias e Esdras reuniram o povo de Jerusalém para a leitura da Lei, todos começaram a chorar e a lamentar, convencidos do fato de que haviam sido cativos por setenta anos, devido aos seus pecados. Foi realmente uma grande demonstração de arrependimento. Mas diante daquele quadro, Neemias, Esdras e os levitas disseram ao povo penitente: “Este dia é consagrado ao Senhor vosso Deus, pelo que não vos lamenteis, nem choreis. Pois todo povo chorava, ouvindo as palavras da lei. Disse-lhes mais: Ide, comei as gorduras, e bebei as doçuras, e ENVIAI PORÇÕES AOS QUE NÃO TEM NADA PREPARADO PARA SI. Este dia é consagrado ao nosso Senhor. Não vos entristeçais, pois a alegria do Senhor é a vossa força (...) Então todo o povo se foi a comer, a beber, a enviar porções e a celebrar com grande alegria, porque AGORA entendiam as palavras que lhes foram comunicadas” (Ne.8:9b-10,12).

Um povo triste, faminto, não pode expressar a alegria do Senhor. Aquela gente havia trabalhado na restauração de Jerusalém, e agora, após tê-la concluída, estava deprimida diante das palavras da Lei. De fato, eles ainda não compreendiam o que lhes estava sendo comunicado.  Aquele era um dia consagrado ao Senhor, razão suficiente para que eles não se entregassem à tristeza. Aquele dia era apenas uma figura do Dia do Senhor no qual vivemos hoje. É neste santo dia, iniciado na manhã da ressurreição, que adentramos o Reino de Deus, e encontramos o nosso Sabath. Lembremo-nos de que o Reino de Deus é alegria!  Sem alegria, sem entusiasmo, ninguém pode mover uma palha. Se almejamos cooperar com Deus na reconstrução deste mundo, precisamos aprender o sentido da alegria.

Em vez de privar-se de comida, a ordem do dia era enviar porções aos que nada tinham para si. Este é o espírito do jejum da partilha!  Em vez de privar-me do todo, por algum tempo, privo-me de uma parte, a fim de que outro tenha o que comer também. Era este o espírito que imperava na igreja primitiva. Lucas testifica disso em Atos. Ele diz que os crentes primitivos “perseveravam na doutrina dos apóstolos, na comunhão, no partir do pão e nas orações (...) Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo a necessidade de cada um. Perseverando unânimes todos os dias no templo, e PARTINDO O PÃO em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração” (At.2:42,44-46). “Isso é utopia!”, alguém pode objetar. Mas se foi possível nos dias de Neemias, e nos dias da igreja primitiva, por quê não, hoje? Este é o caminho da restauração. Será deste modo, e não de outro, que vamos trazer o alvorecer do novo aión. Porém, isso não pode ser feito através de coação. Lucas diz que isso acontecia na igreja primitiva porque “era um o coração e alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns (...) em todos eles havia abundante graça”(At.4:32,33b). Não se tratava de ascetismo, mas de comunhão.

Tal disposição só era possível, porque “havia abundante graça”. Somente a Graça pode produzir em nós essa disposição. A Graça nos faz uma unidade em Cristo Jesus. Jamais o Evangelho sugeriu que o cristão deveria viver como um asceta. Quando Cristo confrontou o jovem rico que se ufanava de cumprir toda a Lei, não ordenou que ele lançasse sua fortuna no fundo do mar, mas que a dividisse com os pobres. De acordo com o Evangelho, os ricos deste mundo têm um papel social fundamental a cumprir no Reino de Deus. Em vez de abrir mão de sua riqueza, e tornar-se um eremita, o rico deve dispor-se a usar de sua riqueza em benefício daqueles que nada possuem. Paulo escreve a Timóteo: “Manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que abundantemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos; que façam o bem, sejam ricos de boas obras, generosos em dar e prontos a repartir”(1 Tm.6:17-18). Isto é comunhão e não abstinência. Este é o espírito da verdadeira religião.

Temos que estar dispostos a partilhar tanto os bens espirituais, quanto os materiais (1 Co.9:11). Tiago encarou este problema com muita propriedade. Ele havia encabeçado a igreja em Jerusalém durante um período de muita carestia. Ele escreve em sua epístola: “Se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento cotidiano, e algum de vós lhe disser: Ide em paz; aquentai-vos e fartai-vos, mas não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito há nisso?” (Tg.2:15-16). Em outras palavras: de nada adianta dizer “Deus te abençoe” se não nos oferecermos para sermos bênção para o nosso próximo. Versos como este são uma punhalada na teologia da prosperidade tão em voga em nossos dias. De acordo com os seus expoentes, quando um irmão está atravessando dificuldades financeiras, deve-se provavelmente à sua falta de fé, ou à sua infidelidade a Deus. Que paranoia!  No pensar de Tiago, a necessidade de um irmão nada mais era do que a oportunidade que a Igreja tinha de manifestar seu amor, não apenas em palavras, mas também em obras. Tiago não diz que se deveria quebrar qualquer tipo de maldição que houvesse sobre ele, ou submetê-lo a uma sessão de exorcismo, ou mesmo profetizar meia dúzia de palavras positivas sobre ele. Em vez disso, a Igreja deveria acolher e buscar suprir as suas necessidades. Tiago não era um apóstolo legalista como afirmam alguns. O que ele pregava não era uma salvação pelas obras, e sim, uma salvação pela fé, mas uma fé operante. Ele foi capaz de confrontar os ricos do seu tempo, por não estarem andando em conformidade com o Evangelho. O problema não era o fato de serem ricos, mas de não se disporem a jejuar com os que nada tinham, e ainda explorarem os trabalhadores, dando-lhes um salário indigno. Repare em sua veemência:

"Agora, vós, ricos, chorai, e pranteai, por causa das misérias que sobre vós hão de vir. As vossas riquezas estão apodrecidas, e as vossas vestes estão comidas de traça. O vosso ouro e a vossa prata se enferrujaram. A sua ferrugem dará testemunho contra vós, e devorará a vossa carne como fogo. Entesourastes nos últimos dias. Vede! O salário dos trabalhadores que ceifaram os vossos campos, e que por vós foi retido com fraude, está clamando. Os clamores dos ceifeiros chegaram aos ouvidos do Senhor Todo-Poderoso”. Tiago 5:1-4.

Pessoas que agem desta maneira não ficarão impunes nas mãos do Juiz de toda a terra (Ver Lv.19:13; Dt.24:15; Jr.22:13; Ml.3:5; Cl.4:1). Não importa o valor de suas contribuições na igreja, se não se dispuserem a agir com equidade para com os seus subordinados. Talvez alguém diga que o que sugerimos é uma reforma social que comece pela Igreja, e que, por fim, abranja todos os seguimentos da sociedade. Bem, a meu ver, esta é a proposta do Evangelho. Trata-se de um Evangelho que abrange o homem em sua integralidade, corpo e alma. O Evangelho, como temos entendido, não se preocupa apenas com questões espirituais do ser humano, como por exemplo, onde ele passará a eternidade. O Evangelho compreende o homem integral, incluindo os aspectos sociais, morais, culturais, e etc. Qualquer coisa menos que isso, não deveria ser chamado de Evangelho. Quando a Igreja experimentar esta reforma integral, tirando do seu seio todo jugo, e praticando o jejum da partilha, terá chegado a aurora do Novo Aión inaugurado por Cristo na Terra. Para que isso aconteça, há que se levantar pessoas dispostas a darem a sua quota de participação rumo às mudanças que urgem. Não podemos nos aquietar, e aceitar passivamente o que temos visto em nosso meio. Infelizmente, a igreja adequou-se ao espírito do mundo. Ninguém se incomoda mais com o que está errado. Somos uma geração apática, que não ousa sonhar, e que se nega a manifestar-se contrária ao comodismo que impera nas igrejas. Precisamos experimentar a inquietação que Isaías viveu em seu tempo: “Por amor de Sião não me calarei, e por amor de Jerusalém não me aquietarei, até que brilhe a sua retidão como a aurora, e a sua salvação como uma tocha acesa. As nações verão a tua retidão, e todos os reis a tua glória; chamar-te-ão por um nome novo, que a boca do Senhor nomeará. Serás uma coroa de glória na mão do Senhor, e u diadema real na mão do teu Deus (...) Passai, passai pelas portas! Preparai o caminho ao povo. Aplanai, aplanai a estrada! Limpai-a das pedras. Arvorai a bandeira aos povos” (Is.62:1-4,10). Quando a Igreja levantar-se como a Nação Santa, onde as relações sociais se desenvolvem com equidade, ela se tornará o paradigma para as nações da Terra. Precisamos aplanar o caminho para que as nações venham a Sião, e busquem ali a Lei do Senhor. Aplanar o caminho, tirar as pedras, expressam a necessidade que temos de avaliarmos a nossa situação enquanto Igreja de Deus. Durante o primeiro século da era cristã, a Igreja era conhecida como a seita do Caminho. As pedras que precisam ser removidas são os desajustes, as contendas, e tudo aquilo que nos faz parecer mais com o mundo do que com Cristo.
            
Mahatma Ghandi, o grande líder indiano, afirmou ser um admirador da mensagem de Cristo, porém, segundo ele, o que o decepcionava no cristianismo era a maneira como os cristãos vivem.
            
Muita gente tem dificuldade em aceitar o cristianismo por causa da maneira como os cristãos vivem. Isto é uma vergonha para nós. Nós mesmos estamos dificultando o acesso das pessoas à Cidade de Deus.
           
Lembre-se de que somos nós, a Igreja, que traremos a aurora do Novo Dia. É através de nós que Cristo será admirado pelas nações. Ele mesmo diz que somos uma Cidade edificada no Monte, e que não pode ser escondida, e assim como uma lâmpada deve ser colocada em lugar alto para que todos sejam por ela iluminados,“assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mt.5:14-16). Cristo voltará quando Ele for o Desejado das Nações (Ag.2:7). Compete-nos, na força do Espírito Santo, fazer com que todos os povos da terra O desejem. E será através de nossa vida que nós O faremos desejável a todas as nações. É a Igreja, que através do seu testemunho, diz aos povos: “Ele é totalmente desejável” (Ct.5:16). Enquanto a Igreja dá testemunho de Cristo, é Ele Quem dela dá testemunho. Ele diz:

"Quem é esta que aparece como a alva do dia, formosa como a lua, brilhante como o sol, imponente como um exército com bandeiras?” Cantares 6:10.

O propósito de Deus para a Igreja é que ela seja uma bênção para todas as nações (Zc.8:13). Mas para isso, diz o Senhor, “são estas coisas que deveis fazer: Falai a verdade cada um com o seu próximo, e executai juízo de verdade e de paz nas vossas portas; nenhum de vós pense mal no seu coração contra o seu próximo, nem ame o juramento falso. Eu aborreço a todas estas coisas, diz o Senhor (...) O jejum do quarto mês, e o jejum do quinto, e o jejum do sétimo, e o jejum do décimo mês será para a casa de Judá (a Igreja), gozo, e alegria, e festas alegres. Portanto, amai a verdade e a paz” (Zc.8:16-17,19). Neste texto profético, Deus mostra que na Nova Aliança e no Novo Aión, o jejum já não seria com saco, cinza e lamentação, e sim um jejum de alegria e grande gozo. O jejum do Novo Aión não implica em calar-se, mas em falar a verdade cada um com o seu próximo; não implica em enclausurar-se, e sim em uma vida comunitária. Em vez de cinzas, uma coroa; em vez de tristeza, óleo de alegria; em vez de espírito angustiado e pano de saco, vestes de louvor (Is.61:3)! Somente quando incorporarmos isto é que estaremos prontos a reedificar as ruínas antigas, e restaurar os lugares devastados (v.4).


No próximo post, falaremos sobre a prática do jejum no Novo Testamento. É verdade que há demônios que só saem mediante privação de alimento? Não perca e ajude-nos a divulgar.