Portanto seres pensantes questionam e muito! Como os nossos irmãos de Beréia. Seria isso apavorante? Não, nem um pouco. Penso...logo existo! Para Descartes pensar é sinal de existência, no evangelho de hoje, quem pensa não consegue subsistir. "Penso, logo existo" (Descartes) "Não pense, faça o que eu digo" (Alto Clero Evangélico)

sábado, 17 de julho de 2010

"Os Altos Não Foram Tirados"


Durante 350 anos depois da morte de Salomão, o povo de Judá batalhou contra a idolatria. Ou seja, a guerra continuou durante todo esse tempo. Alguns reis lutaram contra as abominações de falsos deuses, enquanto outros cederam campo e até apoiaram o inimigo espiritual. A história, relatada nos livros de 1 e 2 Reis e 2 Crônicas, mostra que o povo vacilava entre Deus e os ídolos. Alguns reis se dedicaram totalmente ao pecado e às falsas religiões, e outros voltaram ao Senhor, fazendo grandes reformas para tirar a idolatria da terra.
Neste estudo, vamos examinar a história dessas batalhas contra as falsas religiões para entender melhor como servir ao Senhor, hoje em dia. Especialmente, observaremos o significado dos "altos" nesta história.
Coisas que Deus não autorizou
Na lei de Moisés, que governou os israelitas durante 1.500 anos, Deus claramente proibiu todos os tipos de idolatria. Mais ainda, ele especificou as formas de louvor que o povo ofereceria, e definiu quais pessoas teriam funções especiais no louvor coletivo. Afinal, ele até disse que teria um lugar específico para oferecer sacrifícios ao Senhor. Entre as coisas proibidas foram:
Adoração de outros deuses (Êxodo 20:3).
Utilização de imagens para representar objetos de louvor (Êxodo 20:3-4).
Imagens e colunas (Levítico 26:1).
Postes-ídolos, colunas, e árvores junto ao altar do Senhor (Deuteronômio 16:21-22).
Sacrifícios em lugares não autorizados por Deus (Deuteronômio 16:2,5-6,11,15,16).
Para entender melhor esta questão de um lugar escolhido, examinemos Deuteronômio 12:1-14. O livro de Deuteronômio contém os últimos discursos de Moisés. No fim do livro, ele morre e o povo se prepara para entrar na terra prometida. A primeira tarefa do povo, sob a liderança de Josué, seria a expulsão dos povos pagãos que ocupavam a terra. Israel teria que destruir totalmente os ídolos e os lugares usados por esses povos nas suas abominações. Ao invés de praticarem os mesmos tipos de louvor desagradável, os israelitas buscariam a Deus num lugar especial escolhido por ele. No deserto, eles adoravam a Deus como eles achavam melhor. Depois de entrar na terra, levariam todos os holocaustos para esse lugar designado pelo Senhor. Deus proibiu que fizessem holocaustos em qualquer outro lugar.
As práticas proibidas se tornaram comuns em Judá
Durante alguns períodos da história de Judá, a lei foi esquecida. Algumas pessoas desobedeceram os mandamentos de Deus, e os líderes não as corrigiram. Às vezes, os próprios reis conduziram o povo à idolatria, incentivando a desobediência da vontade do Senhor. Como exemplo de tal rebeldia, vamos ver o que aconteceu durante o reinado de Roboão, filho de Salomão. Quando o pai de Roboão morreu, Deus dividiu o reino em duas partes. A maior parte, as tribos do Norte, foi governada inicialmente por Jeroboão, filho de Nebate. Roboão, o descendente legítimo da linhagem de Davi, ficou com apenas a região conhecida como Judá. Durante o reinado dele, o povo se envolveu em várias práticas condenadas: "Porque também os de Judá edificaram altos, estátuas, colunas e postes-ídolos no alto de todos os elevados outeiros e debaixo de todas as árvores verdes. Havia também na terra prostitutos-cultuais; fizeram segundo todas as coisas abomináveis das nações que o Senhor expulsara de diante dos filhos de Israel" (1 Reis 14:23-24).
Reformas parciais
Alguns dos reis que seguiram Roboão participaram dos mesmos – ou piores – erros. Mas, entre os reis de Judá surgiram alguns homens bons que fizeram importantes reformas religiosas. Vários deles tiraram os ídolos, ajudando o povo a voltar ao Senhor. Vamos ver alguns exemplos dessas reformas. Asa tirou os ídolos da terra, mas não tirou os altos (1 Reis 15:11-14). Josafá imitou o exemplo de Asa, seu pai, até tirando alguns ídolos que Asa não removera. Mas, ele ainda não tirou os altos (1 Reis 22:43-47). Joás, um jovem rei guiado pelo sacerdote Joiada, fez bem, mas ainda não tirou os altos (2 Reis 12:1-3). Amazias também fez "o que era reto perante o Senhor", mas os altos não foram tirados (2 Reis 14:3-4). Azarias obedeceu a Deus em muitos sentidos, mas não tirou os altos (2 Reis 15:3-4). Jotão seguiu o bom exemplo do seu pai, Azarias (Uzias), "Tão-somente os altos não se tiraram; o povo ainda sacrificava e queimava incenso nos altos" (2 Reis 15:34-35). Esses reis são lembrados por boas coisas que fizeram, mas todos têm uma mancha preta na sua reputação. Eles não tiraram os altos.
Dois reis que fizeram melhor
Ezequias reinou sobre Judá na época do profeta Isaías. Este bom rei mostrou coragem e fé inéditas na liderança do povo de Judá. Diferente de seus predecessores, Ezequias aboliu a idolatria e também tirou os altos (2 Reis 18:1-6). Por causa da dedicação que ele mostrou no seu serviço a Deus, Ezequias é lembrado como um dos grandes reis de Judá. Infelizmente, nem todos têm a fé de Ezequias. O filho dele, Manassés, fez ao contrário. Ele introduziu, de novo, toda forma de religião falsa (veja 2 Reis 21:1-18). O neto de Manassés mostrou o mesmo zelo de Ezequias. O bom rei Josias aboliu a idolatria e destruiu os altos– até na Samaria (2 Reis 23:8,13,15,19,24,25).
O que podemos aprender?
Podemos perceber que Deus tolerava alguns pecados em algumas épocas, mas nunca os aceitou. Deus não tirou os ídolos e os altos, mas nunca deu sua aprovação de tais práticas. A história de vários reis foi manchada pelos altos que não removeram. Nisso há algumas lições fortes para nós. Devemos buscar a vontade de Deus e voltar a fazer a vontade dele em tudo. Não temos direito de manter nem defender doutrinas, práticas e tradições que não vêm da palavra do Senhor.
Alguém pode objetar, dizendo que vivemos hoje no tempo da graça, e não no Velho Testamento. Concordo plenamente que a lei foi ultrapassada pela fé (Gálatas 3). Mas esse fato não justifica desrespeito para com a vontade de Deus. "Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante? De modo nenhum!" (Romanos 6:1-2). A graça da Nova Aliança não permite pecado. Ao contrário, Deus é mais exigente hoje do que no passado! Deus tolerava algumas coisas nos "...tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam" (Atos 17:30). Ele castigava os desobedientes que receberam o Velho Testamento através de anjos, e exige mais de nós, porque recebemos a Nova Aliança por intermédio do próprio Filho (Hebreus 2:1-3). Uma vez que ele nos deu uma revelação completa e perfeita, o castigo por desobediência é mais severo (Hebreus 10:26-31).
Nunca devemos agir sem autorização do Senhor Jesus, que recebeu toda a autoridade (Colossenses 3:17; Mateus 28:18). É erro gravíssimo ultrapassar a palavra que recebemos nas Escrituras (1 Coríntios 4:6). Quem ultrapassa a doutrina de Cristo perde a comunhão com Deus (2 João 9).
Será que nós não tiramos os altos?
Ecomum imitar o exemplo dos vários reis que fizeram reformas, mas não tiraram os altos. Talvez isso esteja acontecendo em nossas vidas hoje. Considere algumas aplicações, e você poderá pensar em ainda outras.
Pelo estudo da palavra de Deus, uma pessoa entende que Deus não aceita nenhum tipo de idolatria, nem reverência de imagens. Ela abandona tais costumes, mas ainda segue outros costumes que vem da Antiga Lei. Assim, ela vê o dízimo como obrigação, ou guarda o sábado, ou usa instrumentos musicais no louvor ao Senhor. Todas essas coisas faziam parte da Velha Aliança, mas não se encontram na Nova. Quem volta a guardar
parte da Lei é obrigado a guardar tudo. Pior ainda, está rejeitando a graça de Jesus (Gálatas 5:1-4). Se você já tirou os ídolos mas ainda não removeu os "altos" das práticas do Velho Testamento, continue as suas reformas para fazer tudo que Deus pede.
Uma outra pessoa, examinando as Escrituras, compreende que deve rejeitar doutrinas humanas que não se encontram na Bíblia. Mas, continua participando de uma igreja que usa mulheres em papéis de liderança (veja 1 Timóteo 2:9-12 e 1 Coríntios 14:33-35) ou que tem pastores não-qualificados (veja os requisitos dados por Deus em 1 Timóteo 3:1-7 e Tito 1:5-9). Se você já rejeitou algumas coisas erradas, continue estudando a palavra para se livrar dos "altos" da religião atual.
Depois de examinar as Escrituras, alguém conclui, corretamente, que a salvação vem pela graça mediante a fé (Efésios 2:8). Mas, ainda não examinou cuidadosamente as outras coisas que a Bíblia ensina sobre a salvação, e não tem feito o que Deus pede em relação ao arrependimento e batismo (Atos 2:38; Lucas 13:3; Atos 22:16; etc.) Ele acha que está em Cristo, mas ainda não fez o que Jesus mandou para entrar nele (Marcos 16:16; Mateus 28:18-20; Gálatas 3:27). Se você já decidiu seguir a Jesus, não pare no meio do caminho. Faça tudo que ele pede a você.
Conclusão
Tenhamos coragem para imitar os bons exemplos de Ezequias e Josias, totalmente abandonando tudo que não vem da vontade do nosso Senhor. Assim mostraremos nosso amor para com Jesus, e teremos confiança de estar eternamente na presença de Deus (João 14:15,23). Que Deus nos abençoe neste trabalho importante e necessário de tirar os altos de costumes não autorizados.

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